O artista expõe pela primeira vez seu trabalho de fotografia autoral em um ensaio intimista e contemporâneo trazendo reflexões sobre a nossa origem e padrões da sociedade, com elementos alusivos ao inconsciente. Um mergulho no universo obscuro de SANDINI nos permite acessar imagens arquetípicas, relacionando mito e símbolos. O mito chinês de PAN KU (séc III) é utilizado como suporte para composição final da obra, que versa sobre a criação do mundo, SANDINI cria um universo de imagens sombrias e simbólicas. Se por um lado retrata criaturas, situações e lugares onde nenhum de nós jamais esteve, por outro lado, cada fragmento nos é familiar. Reconhecemo-nos na obra do artista que, em sua jornada íntima e solitária, escancara os labirintos da mente humana. Pisamos no terreno do inconsciente. Tarde demais para sair. Incômodo, enigmático: o lugar de nós que queremos evitar agora nos atrai para esta jornada arquetípica. Como no mito, onde a morte de PAN KU origina o planeta e a vida, este ensaio nos convida a não apenas contemplar, mas a dissolvermo-nos quadro a quadro, até encontrarmos a saída – ou quem sabe – a origem de tudo.

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